Sartori enganou sobre Regime de Recuperação Fiscal, diz Mainardi

Sartori enganou sobre Regime de Recuperação Fiscal, diz Mainardi

Segundo secretária-executiva do Ministério da Fazenda, privatização do Banrisul sempre foi condição para a adesão do estado. Para o líder da oposição, trata-se de uma prova incontestável de que houve falta de transparência nas negociações.

Crédito: Ronaldo Quadrado

O governador Sartori escondeu da população a condição mais importante para a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal, assumido por ele como o principal projeto para um eventual segundo governo. A denúncia é do deputado Luiz Fernando Mainardi, líder da bancada do PT na Assembleia Legislativa.

Em entrevista concedida hoje à rádio Gaúcha, a secretária-executiva do Ministério da Fazenda, Ana Paula Vescovi, disse que a privatização do Banrisul sempre foi uma condição essencial para a adesão ao RRF. E mais: disse que os negociadores do governo gaúcho sabiam disso desde o início. Conforme a secretária, “…não ter o banco na lista de estatais a serem privatizadas é impedimento total para o acordo”.

“Não me surpreendi”, disse Mainardi. “Fui uma voz quase solitária, sempre desmentido pelo governo e por analistas interessados. A Lei já deixava claro que as privatizações exigidas incluíam o setor financeiro e de saneamento. O Regime de Recuperação Fiscal é o que sempre dissemos: um caminho para dilapidar o Estado e comprometer ainda mais as finanças”, declarou o líder petista.

Para Mainardi, Sartori deixou um legado de má gestão e falta de transparência, que comprometem estruturalmente o Estado. “Como dissemos, não havia pré-acordo, uma verdadeira fake news disseminada, via imprensa, para sustentar uma estratégia que visava a pedalar o pagamento das parcelas e enganar o povo, criando condições para a privatização do banco dos gaúchos. Felizmente, foi uma estratégia derrotada”, afirmou o deputado.

Mainardi disse, ainda, que o governo do MDB deixa dois meses de salário para ser pago pelo próximo governador, um ano e meio de parcelas da dívida com a União sem pagamento e a antecipação de ICMS e IPVA, invadindo receita do governo futuro. “Eis a síntese do que se pode chamar de má gestão”, concluiu.

 

Texto: João Ferrer (MTE 8078)