Das 50 cidades mais violentas do mundo, 19 são
brasileiras, mas o Rio de Janeiro não está entre elas. Das
19, 14 são capitais, entre as quais Natal e Curitiba, apenas
para exemplificar. Do Rio de Janeiro, apenas a cidade de
Campos de Goytacazes integra a lista.
Por aí a intervenção militar na segurança do Rio não tem
justificativa. Se fosse somente pela violência, antes do Rio,
deveria haver intervenção no Paraná ou em outro dos 14
Estados que integram a lista.
Quem sabe então o carnaval de 2018 tenha registrado uma
explosão da violência? Errado! Dos 27 indicadores utilizados
para medir a violência, 16, ou seja, 60%, caíram em
relação ao Carnaval de 2017 no Rio de janeiro. O indicador
de homicídios, por exemplo, caiu 14,81% e o de roubos
teve uma queda de 9,85%.
Mas, então, o que aconteceu de tão extraordinário para
justificar um medida tão extrema como lançar as Forças
Armadas numa aventura para a qual não está preparada? A
prova está em depoimento do comandante do Exército,
general Eduardo Villas Bôas, na Comissão de Relações
Exteriores do Senado em que ele diz textualmente: “Não
gostamos desse tipo de emprego!” e lembra de que o
Exército ficou 14 meses na favela da Maré, apontando
armas para crianças e mulheres, e que, uma semana
depois de ter se retirado, a violência voltou ao nível que era
antes.
Talvez a explicação para a intervenção esteja nas pesadas
crítica ao Governo Temer em todas as manifestações
populares do Carnaval. Ficou absolutamente evidente que
Temer e os golpistas são rejeitados pela população. Só isso
pode explicar uma medida populista de um governo que
retirou R$ 204 milhões da segurança em todo o país e que
agora joga as Forças Armadas em mais uma aventura.
O PT rejeita e vota contra a intervenção. A violência é fruto
da desigualdade e da falta de oportunidades. Não por acaso
o Brasil está entre os 10 países mais desiguais do mundo e
não será apontando armas contra os pobres que
superaremos a violência. E, também não por acaso, a
intervenção ocorre justo no momento em que os golpistas
tentam tirar o direito à aposentadoria do povo.