Villaverde repudia violência policial contra jornalista diante do TRF-4

O deputado Adão Villaverde repudia, com contundência, a violência policial praticada contra o fotojornalista Guilherme Santos ocorrida tarde de terça-feira (2 ), em torno do prédio do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre. O profissional teve uma pistola apontada para o seu rosto por um soldado da BM quando exercia sua profissão para o jornal Sul21, registrando imagens da sede do TRF 4, cenário do julgamento de recurso de defesa do ex-presidente Lula no próximo dia 24.
Guilherme Santos conta que foi abordado por quatro policiais em uma viatura da Brigada Militar, na avenida Augusto de Carvalho, cerca de 10 minutos depois de captar algumas fotos externas do prédio. Na abordagem, segundo o repórter, um dos policiais apontou uma pistola para ele, pela janela da viatura, e ordenou que colocasse as mãos na cabeça. Portando o crachá do Sul21, de modo bem visível, ele se identificou como jornalista e explicou que estava trabalhando. Os policiais retrucaram afirmando que receberam um chamado para averiguar o que o fotógrafo estava fazendo nas proximidades do tribunal. Para o Sul21, a assessoria de comunicação social do TRF4 garantiu que nenhuma ligação partiu do tribunal e assegurou que não há nenhuma orientação para esse tipo de abordagem. Conforme a coordenadora de Comunicação do tribunal, Analice Bolzan, os profissionais da imprensa poderão acompanhar o julgamento do dia 24, seguindo regras de credenciamento que deverão ser definidas na próxima semana.
Para o parlamentar, o lamentável episódio revela o atraso, a falta de preparo, a anti democracia e o obscurantismo do governo Sartori que tem reiterado atitudes similares contra jornalistas, estudantes, cidadãos e deputado – como no caso de Jeferson Fernandes, agredido, algemado e colocado em viatura policial no ano passado. “O governo estadual reproduz o pior entulho da ditadura de 1964 envergonhando os gaúchos, tão massacrados por uma gestão que não tem projetos de desenvolvimento para o estado, culpa os servidores pela crise, precariza os serviços públicos e só pretende vender patrimônio como saída para o seu fracasso administrativo”, diz Villaverde, para quem não só a liberdade de imprensa foi afrontada como a própria garantia constitucional do cidadão Guilherme, abordado por quatro policiais como um suspeito de crime.
Villaverde contextualiza a ação extremada contra o jornalista inserindo-a no ambiente de intimidação que tem antecipado contrariedades contra o ato popular projetado pelos movimentos sociais na defesa de Lula para o dia 24.
“O ocorrido ajuda a fermentar a sensação de violência e conflito com que querem caracterizar o evento para criminalizar a mobilização e os movimentos sociais”, acentua ele.
O deputado lembra que, pré-julgando o caráter da manifestação, que se anuncia como pacífica, um juiz federal já proibiu futuras movimentações no Parque da Harmonia – onde, anualmente, os tradicionalistas realizam o Acampamento Farroupilha, sem prejudicar o trânsito de veículos ou pessoas nas proximidades da sede do Judiciário, como alegou o magistrado.
Texto: André Pereira (MTE 4704)