quarta-feira, 16 abril
Com 15 mortes a cada 100 mil habitantes, o Rio Grande do Sul registra taxa de homicídios três vezes maior do que São Paulo. O alerta é do deputado Jeferson Fernandes, que criticou a falta de investimentos do governo Eduardo Leite em segurança pública. Durante a sessão plenária desta terça-feira (15/04), Fernandes destacou o crescimento dos feminicídios no Rio Grande do Sul e a superlotação do sistema carcerário, que atualmente abriga 48 mil apenados — maior número da história.
Segundo Jeferson, o governo tem se “vangloriado” nos veículos de comunicação dizendo que graças ao RS Seguro baixaram as taxas de homicídio no Estado. Para o deputado, o governador “faz propaganda falaciosa” quando afirma que está fazendo o melhor na segurança. “Tem algo acontecendo na área do crime organizado no Rio Grande do Sul que muito pouco tem sido dito para a população. O governador Eduardo Leite, ou ele está fazendo uma propaganda enganosa sabendo que está sendo falacioso, ou está mal assessorado. Veja que a taxa de homicídio aqui no estado do Rio Grande do Sul, está em 15 mortes a cada 100 mil habitantes”, afirma.
O parlamentar reforça que a menor taxa de homicídios do país é em São Paulo, com cinco assassinatos a cada 100 mil habitantes. Ele atribui as mortes violentas no país à guerra pelos territórios por traficantes de drogas e armas, mas observa que uma facção criminosa, o PCC, detém o monopólio do crime no estado paulista. “O que eu vejo aqui no Rio Grande do Sul é uma repetição do que acontece em São Paulo, só que aqui tem mais facções. E a partir da transferência das lideranças para as penitenciárias do interior, elas dominaram todas as unidades prisionais e todas as nossas 497 comunidades gaúchas”, ressalta.
Apesar de reconhecer o potencial do programa RS Seguro, Jeferson diz que não há valorização de profissionais da segurança. Além disso, as corporações (Brigada Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros) sofrem com a defasagem de efetivo e a falta de condições de trabalho. “A Polícia Penal, que recebe a população a maior população prisional da história do Rio Grande do Sul, mais de 48 mil pessoas custodiadas pelo Estado, não suporta mais ter que estar à mercê das organizações criminosas”, completa.  
Texto: Felipe Samuel (MTE 12.344)
Foto: Kelly Demo Christ
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