O deputado Adão Pretto Filho, presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, se manifestou sobre a ação da Brigada Militar durante ocupação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Triunfo, nesta quinta-feira (10). A área de 1.700 hectares, pertencente à antiga CEEE, está abandonada, se restringindo à produção de eucaliptos para postes.
“A ocupação foi ordeira, sem violência. E o que o governo do Estado faz? Envia Batalhão de Choque. Estamos falando de famílias inteiras, com mulheres e crianças, em uma manifestação ordeira. A presença da Tropa de Choque só deixa o ambiente hostil, quando o que se busca é diálogo e solução para essas famílias. É um aparato desproporcional. Na condição de presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia, e de parlamentar que defende o MST, eu repudio a postura do governo do Estado”, afirmou.
A ocupação foi feita por cerca de 400 famílias do MST. A área em questão encontra-se abandonada há anos, e a ação desta quinta-feira teve como principal objetivo chamar a atenção do governo estadual para a necessidade urgente de novos assentamentos e reassentamentos, especialmente de famílias atingidas pelas enchentes que estavam em áreas de propriedade do Estado.
Além disso, o movimento reivindica a regularização dos assentamentos já existentes por meio da emissão dos termos de concessão de uso. Segundo o deputado, esses documentos são fundamentais para que as famílias assentadas possam acessar programas federais de apoio e fomento à reforma agrária, o que contribui diretamente para a produção de alimentos e para a subsistência das comunidades no campo. Ele reforçou que a ocupação faz parte de uma luta legítima por reforma agrária.
“Essas famílias só querem um espaço para produzir alimentação saudável, como já fazem as mais de 13 mil famílias assentadas no Rio Grande do Sul. A resposta do Estado não pode ser a repressão, e sim a construção de políticas públicas que deem conta dessa demanda”, destacou. As famílias desocuparam a área após a promessa de que serão recebidas pelo chefe da Casa Civil do Estado, Artur Lemos. A expectativa é que o encontro ocorra nesta quinta-feira.
Texto: Guilherme Zanini
Foto: Paulo Roberto Silva