A deputada Stela Farias disse, na Tribuna da Assembleia, durante a sessão da quarta-feira (21/08) que o governo do Estado não tem mais como alegar que a duplicação da ERS-118 dependeria da implantação de pedágio, no trecho de 16 quilômetros, entre Viamão, Alvorada e Gravataí, porque dispõe de recursos do Fundo do Plano Rio Grande, o Funrigs. A verba, é destinada à reconstrução do Estado e hoje totaliza mais de R$ 882 milhões, ainda não utilizados.
Segundo Stela, a duplicação é necessária e vital para alavancar o desenvolvimento da região, uma das mais empobrecidas. “Hoje, a duplicação da ERS-118 é usada pelo governador Eduardo Leite como argumento político para justificar a cruel implantação do pedágio, do tipo Free Flow, na rodovia. Ele alega que a duplicação só poderia ser feita se a rodovia fosse pedagiada. Mas agora, não há mais motivos para isso, porque o Estado dispõe de recursos para realizar a obra” afirmou.
O Funrigs é composto por 14 tipos de receitas, sendo a principal, o aporte mensal do Tesouro do Estado, fruto da suspensão do pagamento e da renegociação da dívida do Estado com a União, que mensalmente coloca neste fundo R$ 250 milhões. “Uma verba destinada exatamente para obras como esta. Para se ter uma ideia, a duplicação de 16 quilômetros da ERS-118 está orçada em cerca de R$ 150 milhões” destacou Stela.
A deputada ressaltou que é preciso evitar o pedagiamento, que causaria prejuízos irreparáveis para os municípios da região, que nunca tiveram a oportunidade de desenvolvimento econômico e precisam de políticas afirmativas para terem perspectivas de um futuro com melhores condições de vida.
A duplicação se encaixa exatamente na finalidade dos recursos do Funrigs, porque a ERS-118 foi o único caminho preservado em toda a Região Metropolitana durante a enchente de maio e desempenhou um papel crucial como o corredor humanitário, mantendo e salvando a ligação de Porto Alegre com a Região, com o Estado e com o país.
Texto e foto: Luciane Franco
