Foto: Celso Bender/Agência ALRS
A deputada Sofia Cavedon ressaltou a importância da vinda de uma comitiva de ministros ao Rio Grande do Sul nesta quinta-feira (23) para anunciar medidas emergenciais de enfrentamento à estiagem que atinge o estado. A declaração foi feita na sessão plenária desta quinta-feira (23), quando a deputada representou a bancada do PT na Assembleia Legislativa. Os demais deputados petistas, acompanharam a comitiva do governo federal, em Hulha Negra.
De acordo com Sofia, essa visita ministerial tem um peso político institucional muito grande e vem para responder aos apelos dos agricultores, prefeitos e prefeitas que enfrentam os efeitos da estiagem. “Já são mais de 300 municípios que declararam estado de emergência em função da estiagem. Isso por si só demonstra o efeito devastador da estiagem na vida dos gaúchos e das gaúchas e na produção. Também demonstra que o governo do estado não agiu em tempo, não preveniu os impactos, mesmo tendo condições de prevê-los”, disse.
Por outro lado, contrapôs a deputada, o governo Lula em 50 dias de trabalho se disponibilizou para ajudar a resolver os problemas resultantes de uma estiagem que já era previsível. “O governo Leite que no ano passado já não respondeu aos seríssimos problemas sabia, pois há estudos, há monitoramento e há alerta, mas não agiu para diminuir os impactos da estiagem no RS”. Os efeitos, segundo a deputada, são 56% de redução na cultura do milho, fundamental para o alimento do gado; uma quebra de 43% na cultura da soja; redução na produção de leite pela perda de pastagem.
Sofia também listou impactos na cadeia de proteína animal, como perda de aves e suínos, que precisam de milho para a alimentação, perdas na produção de hortaliças e até no abastecimento de água potável para a população rural e urbana. “Vivemos um impacto muito grande na região Metropolitana, mas muitas populações da região rural precisaram ser supridas com água de caminhão pipa, uma estrutura que os municípios não dispõem”, frisou, lembrando a importância da Companhia Rio Grandense de Saneamento (Corsan), que socorreu a população de vários municípios, entregando água.
Outros impactos apontados pela parlamentar foram no ecossistema, na biodiversidade, na fauna e na flora gaúcha. “Tudo isso exige uma ação articulada, estrutural e preventiva por isso o governo federal que está começando, está presente no Rio Grande do Sul. Não é á toa que os nossos deputados estão lá”, disse, acrescentando que o governador ignorou a pauta de reivindicações que os movimentos sociais entregaram no ano passado. “As medidas estão propostas ao governador que não realizou porque não priorizou. O nosso governo federal anunciou um crédito emergencial às famílias, porque elas estão empobrecidas, comendo menos, sem condições de adquirir sementes, animais ou equipar a sua lavoura ou realizar medidas preventivas”.
Entre as medidas anunciadas pelo governo estão R$ 300 milhões para crédito emergencial para as famílias, R$ 6 mil para 40 mil agricultores, R$ 5,2 mil para 10 mil agricultores para a compra de alimentação para animais e insumos para a propriedade, antecipação do bolsa família, repasse extra de R$ 2,4 mil para 10 mil famílias inscritas no Cadastro Único e R$ 100 milhões para a contratação de caminhões pipa, combustível e outros projetos que serão apresentados pelas próprias prefeituras.
Texto: Claiton Stumpf – MTb 9747