Reunidos em ambiente virtual na manhã desta quarta-feira (15), os deputados integrantes da Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo da Assembleia Legislativa, ouviram Luciane Canha, professora titular da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que apresentou projeto de pesquisa, desenvolvimento e inovação, no tema da mobilidade elétrica. O projeto de pesquisa é realizado no Centro de Excelência em Energia e Sistemas de Potência da UFSM e tem como objetivo demonstrar o potencial de crescimento associado à eletrificação da frota de veículos levíssimos, leves e pesados.
Luciane Neves Canha é doutora em engenharia elétrica, pesquisadora e professora titular da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Orienta pesquisas de doutorado e mestrado no programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da UFSM, bem como Iniciação Científica, Trabalhos de Conclusão e Estágios em Engenharia Elétrica. Ela coordenou diversos projetos de P&D estratégicos da Agência Nacional de Energia Elétrica junto a empresas de energia elétrica. Atualmente coordena o projeto de P&D Estratégico da ANEEL Em junho de 2021 foi incluída na lista Top 21 of 2021 Influential Women in Mobility que destaca as 21 mulheres mais influentes em mobilidade no mundo no ano de 2021.
Ao apresentar a pesquisadora, o deputado Zé Nunes (PT), presidente do Colegiado, declarou que o assunto é de vanguarda, dialoga com a mobilidade e trabalha com fontes limpas. Ele observou que há países, especialmente na Europa, que já marcaram data para interrupção da fabricação de veículos que utilizam combustíveis fósseis.
O parlamentar destacou que a mudança para a utilização de carros elétricos é um caminho sem volta e que o Rio Grande do Sul pode ser vanguarda desta mudança. “Precisamos avançar em legislação e iniciativas, além de criar uma política de geração de energia distribuída, também associada à mobilidade”, salientou. O parlamentar criticou o Governo do Estado por não prever eletrovias ou postos de abastecimento para veículos elétricos no plano de concessões de rodovias, recentemente apresentado à Assembleia Legislativa.
Inicialmente a professora Luciane Canha afirmou que a mobilidade elétrica é um tema relevante, mas que ainda gera dúvidas e controvérsia. “Um assunto premente e que move o futuro”, reforçou. A pesquisadora associou o tema a um conceito mais amplo, relacionado à infraestrutura; ao meio ambiente e à sustentabilidade do ecossistema de transporte, logística e mobilidade; à impactos sociais, como planejamento de cidades, mão de obra especializada, inclusão e diversidade e a planejamento e governança.
Baseada em estudo produzida pela Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a pesquisadora apontou que o Brasil está entre os dez maiores mercados automotivos mundiais e que foram emplacados cerca de 14 mil veículos híbridos e 100% elétricos (com baterias elétricas) entre janeiro e junho deste ano. “Um aumento de 80% em comparação ao mesmo período do ano passado”, acrescentou.
Luciane Canha destacou que a mobilidade elétrica não se restringe a carros, mas permite avanços em modais urbanos, como bicicletas, patinetes, transporte de cargas e por rodovias, e até associada ao meio rural. A professora da UFSM destacou que a utilização de veículos elétricos tem grande potencial de redução das emissões de CO2 e que se alia aos objetivos de sustentabilidade consagrados pela ONU.
Luciane falou ainda sobre apelos negativos ao uso de carros elétricos, como o alto custo e o momento de dificuldades com a geração de energia elétrica por dificuldades de capacidade híbrida. Mas, ao mesmo tempo, sublinhou os aspectos positivos no apelo à geração de energias renováveis, inovação e desenvolvimento.
A pesquisadora expôs também as necessidades de infraestrutura para o avanço da mobilidade elétrica, bem como as iniciativas empresariais e públicas para adoção de veículos movidos à bateria elétrica.
Texto: Marcela Santos (MTE 11679)