quarta-feira, 14 maio

Durante a reunião ordinária da Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo da Assembleia Legislativa, realizada nesta terça-feira (14/05), o deputado Zé Nunes criticou o documentário veiculado pelo governo do Estado sobre a tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul. O parlamentar classificou o conteúdo como “indecente” e denunciou o uso do material para fins de autopromoção do governador Eduardo Leite.

Metade do vídeo é o governador falando. É uma peça de marketing pessoal que desrespeita quem sofreu, quem perdeu, e todos os servidores públicos que se dedicaram para enfrentar a tragédia”, afirmou Zé Nunes. Para o deputado, a peça extrapola os limites éticos e legais ao utilizar a estrutura e, possivelmente, recursos públicos para promover a imagem do chefe do Executivo estadual.

Para o parlamentar, o governador tenta se projetar nacionalmente com base em um discurso construído sobre a dor alheia. “Ele quer vender a ideia de que foi o salvador do Rio Grande do Sul, menosprezando o esforço coletivo da população, dos prefeitos, do governo Federal e das forças de segurança”, apontou. O deputado também questionou a origem dos recursos utilizados na produção do vídeo.

Se foi pago com seu próprio salário, que prove. Caso contrário, estamos diante de um possível crime de improbidade administrativa, conforme previsto na Constituição Federal”, alertou. Por fim, Zé Nunes defendeu providências por parte da Assembleia e do Ministério Público. “Este Parlamento não pode aceitar. O povo gaúcho é inteligente e sabe reconhecer quando há manipulação. Se houve uso de dinheiro público, isso precisa ser investigado e responsabilizado”, concluiu.

Diante da gravidade do caso, a Bancada do PT tomou medidas formais junto ao Ministério Público. Foram encaminhados três pedidos centrais, sendo o primeiro a solicitação de suspensão imediata da veiculação do documentário em todos os meios de comunicação, incluindo salas de cinema e plataformas digitais. Além disso, será requerida a apuração das responsabilidades pela possível prática de improbidade administrativa, bem como a investigação detalhada sobre os valores investidos na produção e divulgação da peça publicitária.

Texto: Jean Lazarotto (MTE 20325)
Foto: Nathan Oliveira

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