Coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da Extensão Rural, deputado Jeferson Fernandes reuniu-se nesta terça-feira (22/04) com a direção da Emater/Ascar-RS. Em reunião na sede da entidade, o parlamentar conversou com o presidente, Luciano Schwerz, e o diretor técnico, Claudinei Baldissera. Relator de uma subcomissão que tratará da empresa, no Legislativo, o parlamentar solicitou o apoio da entidade na busca de dados e coleta de depoimentos de extensionistas, funcionários, agricultores, prefeitos e pessoas ligadas ao trabalho desenvolvido pela Emater junto à agricultura familiar.
As informações, conforme o petista, devem embasar o relatório final que ele irá elaborar sobre a situação atual, as perspectivas e a importância da empresa para o desenvolvimento do campo gaúcho. “Conheço o trabalho e reconheço a importância da Emater junto aos agricultores familiares, assentados da reforma agrária, pescadores, quilombolas e comunidades indígenas. Aliás, isso é um consenso no Parlamento. Nosso objetivo, portanto, é fortalecer os serviços de assistência técnica e extensão rural prestados pela Empresa. E para tal contamos com a direção para atualizar as informações que temos”, explicou.
Segundo o deputado, a ideia é saber quais serviços a Emater presta atualmente e quais deseja oferecer; quantos funcionários dispõe no quadro atual; qual o orçamento, contabilizando repasses estaduais, de prefeituras e convênios federais e a situação do caráter filantrópico da Emater, que segue em discussão no Supremo Tribunal de Justiça. Além disso, Jeferson quer saber qual a estrutura da empresa disponível no interior gaúcho, entre veículos e escritórios, e detalhes do projeto de lei 109/2025, do Executivo, que prevê cerca de R$ 900 milhões em investimentos para a agricultura familiar e também à entidade.
O presidente ressaltou que a direção enxerga o papel importante da política pública de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER). “A gente se coloca muito no lugar do produtor, de sentir a dor dele e isso nos mostra que as nossas premissas nunca deixaram de ser verdadeiras”, afirmou, referindo-se às práticas da empresa de valorização da diversificação de culturas nas propriedades, de manejo com responsabilidade em relação ao meio ambiente e de sustentabilidade. Ele entende que o projeto do Executivo vem ao encontro dessa visão: “Isso está posto no projeto. Precisamos dar estrutura e suporte para que a Emater possa atender essa demanda da sociedade”, reforçou Schwerz.
Claudinei Baldissera acrescentou que a Emater se aperfeiçoou para tratar da nova realidade das mudanças climáticas. “Estamos numa conjunção de esforços para atuar de modo a mitigar a crise”, frisou o diretor técnico. Sobre o PL 109/2025, Schwerz explicou que atua em duas principais linhas: recursos para a estruturação e para execução de ações. Ele destacou que a ideia da proposta é mostrar a metodologia, a ciência por trás do trabalho dos profissionais da empresa, com destinação de recursos para ATER, para as famílias de produtores, para equipamentos e infraestrutura e para o trabalho institucional voltado à participação de outras entidades, como as de pesquisa, universidades, etc.
Jeferson, no entanto, ainda quer saber qual o montante de recursos para a Emater projetados pelo governo Leite, com quantos funcionários a Empresa poderá contar e de que forma será feita a admissão, quais equipamentos serão adquiridos para os escritórios e quais outros programas e projetos serão contemplados dentro da proposta, via Fundo de Reconstrução do RS. “Nossa motivação é não só fazermos um bom relatório, que vai subsidiar políticas públicas voltadas à Emater, mas também contribuir no aperfeiçoamento da proposta do governo, inclusive com emendas. Afinal de contas, o Funrigs é dinheiro público que fica no estado, fruto da isenção do pagamento das parcelas da dívida do RS com a União por três anos”, argumentou o deputado, que encaminhará em documento uma série de perguntas ao presidente e ao diretor da Emater.
A previsão de conclusão dos trabalhos da subcomissão é de 120 dias, com término no mês de junho, quando a Ascar deve completar 70 anos de existência.
Texto: Andréa Farias (MTE 10967)
Foto: Thiago koche