sexta-feira, 02 maio

 

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) iniciou, nesta terça-feira (22), à Marcha Estadual: Para o Brasil Alimentar, Reforma Agrária Popular. A mobilização tem como principal reivindicação a destinação de terras improdutivas para assentamentos da reforma agrária, frente à estagnação no acesso à terra nos últimos anos. Durante os dois mandatos do governador Eduardo Leite, não houve destinação de áreas improdutivas do estado à reforma agrária.

A marcha partiu de São Jerônimo e seguirá por aproximadamente 90 quilômetros, passando por Arroio dos Ratos e Eldorado do Sul, até chegar a Porto Alegre, num percurso que deve durar cerca de 10 dias.

O deputado estadual Adão Pretto Filho (PT) acompanhou o início da mobilização e criticou a omissão do governo estadual diante da pauta da reforma agrária. “É inaceitável que o governo do Estado siga ignorando as demandas históricas do campo. Enquanto milhares de famílias aguardam o direito de produzir e viver com dignidade, terras públicas seguem abandonadas. A luta do MST é legítima, necessária e representa um clamor por justiça social que precisa ser ouvido.”

O parlamentar reforçou seu apoio à marcha e convocou os movimentos sociais e lideranças populares a se somarem à caminhada e à defesa do direito à terra. A saída oficial aconteceu na Estrada Velha do Butiá, em São Jerônimo, por volta das 6h. Ao todo, 400 pessoas integram a marcha, que estará nos próximos dias na BR-290. O MST pede que o governo estadual indique para a reforma agrária as áreas que historicamente foram usadas para pesquisa e atualmente estão sem uso, como o antigo horto florestal da CEEE em Triunfo.

A mobilização carrega também a memória de luta por justiça social inspirada nas palavras do Papa Francisco, morto na madrugada de segunda-feira (21), que clamava: “Nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos.”

 
Fotos: Paulo Roberto
Texto: Guilherme Zanini
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