terça-feira, 13 maio

A deputada Laura Sito (PT) reuniu-se com representantes de 25 blocos de rua de Porto Alegre e com a secretária de Cultura, Liliana Cardoso. O encontro ocorreu na quinta-feira (06) e discutiu melhores condições para a realização do Carnaval de rua da Capital. Entre as principais demandas estão segurança adequada, infraestrutura básica e apoio para os blocos. 

Durante a reunião, Laura destacou o contexto de negligência histórica da cultura popular por parte do Poder Público, refletida, por exemplo, no atraso do edital de apoio aos blocos. “Queremos que a Brigada Militar atue para garantir a segurança das pessoas, e não como força repressora. Também são necessários banheiros químicos, distribuição de água, ambulâncias e toda a estrutura essencial para um Carnaval digno”, afirmou. O grupo entregou um total de nove demandas à prefeitura.

Os blocos solicitaram que a Secretaria Municipal de Cultura atue como mediadora junto ao Ministério da Cultura para viabilizar apoio ao Carnaval. Segundo os representantes carnavalescos, a falta de diálogo entre as instâncias governamentais resultou em equívocos na orientação sobre o acesso à Lei de Incentivo à Cultura. Muitos organizadores de blocos foram informados de que seus projetos aprovados já garantiriam patrocínio, sem serem devidamente esclarecidos de que ainda precisariam captar recursos junto a empresas.

O erro gerou insegurança e dificuldades para a realização das festividades, evidenciando a necessidade de um canal de comunicação mais eficiente entre os entes públicos e os fazedores de cultura. A deputada também destacou a importância do suporte aos blocos independentes, especialmente os ligados às comunidades periféricas e à cultura negra, historicamente ignorados e que desempenham um papel fundamental na identidade cultural e na resiliência das comunidades de Porto Alegre.

“O Carnaval ainda não aconteceu na cidade porque foi inviabilizado. É fundamental que o Poder Público municipal assuma sua responsabilidade e garanta as condições para que a festa popular ocorra”, sustentou. No dia 18 de março, após o desfile das escolas de samba no Complexo Cultural do Porto Seco, será realizada uma nova reunião com a prefeitura para tratar das reivindicações.

DEMANDAS DOS BLOCOS DE RUA:

Ações a curto prazo (2025)
1. Estabelecimento de parcerias para garantir infraestrutura e serviços essenciais da cidade

2. Maior clareza e agilidade nos processos de liberação para eventos autônomos organizados pelos blocos

3. Ampliação do suporte financeiro aos blocos e inclusão de mais circuitos no planejamento do carnaval

4. Discussão, junto ao Ministério da Cultura (MinC), do orçamento e do projeto para o carnaval de blocos de 2026

5. Seleção de proponentes por região, considerando que algumas entidades conhecem melhor suas comunidades do que a própria prefeitura, evitando que produtores atuem em locais que não conhecem

6. Realização de oficinas sobre formalização, gestão e desenvolvimento econômico dos blocos

7. Garantia de fornecimento de água para os blocos por meio da Secretaria de Cultura e do DMAE, com possibilidade de articulação para doação da Corsan/Aegea como contrapartida social

8. Utilização do cadastro do edital de 2025 para a criação de um mapa atualizado dos blocos na cidade

Ações a longo prazo (2026)
1. Investimento no Carnaval de rua, incluindo tanto ações centrais quanto descentralizadas

Texto e foto: Nathália Schneider

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