Comissão de Educação recebe os primeiros relatos de boas práticas pedagógicas de 2024

Comissão de Educação recebe os primeiros relatos de boas práticas pedagógicas de 2024

Na reunião da Comissão de Educação, da terça-feira (27/08), a deputada Sofia Cavedon (PT), que preside o colegiado, abriu o espaço dos Assuntos Gerais, para  uma prévia dos trabalhos que vão compor a 2ª Mostra das Boas Práticas Pedagógicas, com o relato dos trabalhos de duas escolas públicas, a Cristo Rei, do município de Erechim e a Ayrton Senna, de Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Na sequencia, a professora e doutora Ana Lúcia Freitas trouxe reflexões sobre esse tipo de prática pedagógica no ambiente escolar.

Lançado no início de abril deste ano, o edital da 2ª Mostra das Boas Práticas Pedagógicas foi concebido pelo Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia para conhecer, registrar, incentivar, valorizar e compartilhar o protagonismo e a autoria de professores, estudantes e comunidade escolar e dar visibilidade às boas práticas pedagógicas em sala de aula. Participam escolas da rede  pública que precisam apresentar um relato da experiência em forma de texto, observadas as temáticas pedagógicas do edital. O relato inscrito deve apresentar práticas ou ações concluídas ou em andamento. O tema da Mostra 2024 é “A Escola Pública e o seu compromisso com o conhecimento e a cidadania” e a seleção dos trabalhos é feita por integrantes da Comissão de Educação, representantes de universidades, entidades educacionais e representativas de professores e estudantes. Os relatos de experiências contemplam todos os níveis e modalidades de ensino.

Sofia lembrou que a Comissão, normalmente trata dos problemas da Educação no Estado, da falta de professores, dos baixos salários, dos currículos, da demora nas reformas das estruturas, mas apesar do quadro negativo, há muitas coisas boas sendo desenvolvidas por professores, direções e comunidades escolares.

O primeiro relato foi da representante da Escola Estadual de Ensino Médio Ayrton Senna da Silva, de Viamão, a professora de Língua Portuguesa, Fernanda Oliveira, que trabalhou com o significado do Dia Internacional da Mulher com duas turmas da escola. A educadora contou que a partir da pesquisa e do estudo sobre a situação das mulheres na sociedade, os próprios estudantes foram refletindo e debatendo situações do seu próprio cotidiano. O processo provocou mudanças de comportamento entre os próprios estudantes, em especial, com os meninos.

Josiane Franciele Comerlato Tomkiel, diretora da Escola de Ensino Municipal de Fundamental Cristo Rei, instituição localizada em Erechim e que atende em tempo integral, contou que a temática escolhida foi a da horta e meliponário, a criação de colmeias de abelhas sem ferrão. Segundo a professora Josiane, o projeto começou com as primeiras séries, mas acabou mobilizando todos os estudantes. O processo de construção e manejo da horta envolveu diferentes disciplinas e influenciou as famílias a produzirem suas próprias hortas. A criação das abelhas sem ferrão, também ajudou a conhecer o alimento e papel desses insetos na natureza.

Falando ao vivo, de Paris na França, a professora Ana Lúcia destacou a importância das narrativas estimuladas pela iniciativa da Comissão com a criação da Mostra, para a tomada de consciência tanto da prática pedagógica, por parte dos professores, quando no fortalecimento das identidades dos estudantes. Para Ana Lúcia a escrita é uma forma de memória que permite voltar a ela, como objeto de reflexão e estudo. A pesquisadora destacou a necessidade de se dar visibilidade e compartilhar para experiências positivas.

Ao finalizar a reunião, a deputada Sofia Cavedon destacou a Educação como um espaço de reflexão permanente e não apenas de reprodução mecânica de outros pensadores. “Estão o tempo todo cerceando, tentando aquinhoar pedaços, impedindo a reflexão transformadora, a tomada de consciência e se a gente deixa de pensar sobre o que a gente faz, de buscar âncoras,  não crescemos, nem avançamos, porque a educação é perigosa, ela liberta as pessoas, para fazerem a história.”

A exposição e apresentação dos trabalhos acontecerá no dia 18 de outubro, nas dependências da Assembleia Legislativa e os trabalhos selecionados serão objeto de uma publicação do Parlamento.

 

Texto: Adriano Marcello Santos
Foto: Debora Beina