Na quinta-feira (19), aconteceu, na Assembleia Legislativa, a 8ª Conferência Estadual de Soberania e Segurança Alimentar Sustentável do Rio Grande do Sul. A atividade também fez parte da Semana Mundial da Alimentação e também celebrou os 20 anos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Durante a atividade, a deputada Laura Sito (PT) destacou a volta da alimentação saudável ao centro da agenda pública, com o presidente Lula, e o papel do governo como agente de combate à desigualdade e de proteção à vida e à alimentação para todos.
Para a deputada “no Rio Grande do Sul, precisamos também assumir esse compromisso com a produção de alimentos e o combate à fome como parte de um projeto de desenvolvimento para o nosso estado.” Neste sentido, é fundamental a valorização da agricultura familiar, pois, como a deputada destacou, “precisamos lembrar de quem produz alimentos, em defesa de uma produção sustentável, que respeite os ciclos da terra e que tenha como objetivo a produção de alimentos de qualidade.”
A parlamentar, que é presidenta da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, “na defesa da democracia e dos direitos humanos, o direito à alimentação é central. Não há democracia sem comida no prato.” Por isso, Laura Sito também lembrou do papel das cozinhas comunitárias “que fazem um trabalho fundamental, inclusive suprindo a ausência do poder público.”
Durante o evento, a parlamentar destacou o lançamento do Estatuto da Obesidade, projeto de autoria dela, que tem como objetivo o combate e a prevenção do excesso de peso, além de combater os estigmas sobre a população obesa. Conforme os dados que a deputada apresentou, “mais de 60% da população do Rio Grande do Sul apresenta excesso de peso. É fundamental falarmos sobre isso porque está diretamente relacionado à insegurança alimentar e nutricional.”
A respeito deste tema, a deputada destacou que a obesidade está relacionada ao consumo de alimentos ultraprocessados, que são pobres do ponto de vista nutricional, mas que têm um preço mais acessível, por isso, o consumo desses alimentos cresceu entre os mais pobres, no último período.
Por fim, Laura Sito destacou o machismo e o racismo como aspectos estruturantes da fome, no Brasil. “Sabemos que a fome tem gênero e tem cor porque ela está presente em mais de 60% das casas das pessoas pretas e, principalmente, os lares chefiados por mulheres.” Ou seja, uma realidade que é resultado da desigualdade salarial histórica entre homens e mulheres, da divisão sexual do trabalho e das estruturas racistas da nossa sociedade.
Participaram ainda da atividade representantes do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável do Rio Grande do Sul, Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Fórum Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional do Rio Grande do Sul, Companhia Nacional de Abastecimento, representantes do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra, Movimento de Pequenos Agricultores, Ministério do Desenvolvimento Agrário, representantes de comunidades indígenas e quilombolas, cozinhas comunitárias e movimentos sociais.
Texto: Manu Mantovani (Reg. MTb. 12.704)
Foto: Lucas Pitta