Falta de professores e funcionários e problemas estruturais são relatados na Comissão de Educação

 

O descaso com que o governo de Eduardo Leite trata da educação, a falta de professores e funcionários e os problemas de infraestrutura na Escola Emílio Sander, de São Leopoldo, foram tratados na reunião da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia, nesta terça-feira (1º). No período de Assuntos Gerais, foram ouvidas representantes colégio, responsável pela educação de 1055 alunos de séries iniciais até o Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos.

Segundo a diretora Hilde Buhler, todos os anos letivos na Emílio Sander têm sido iniciados com falta de professores. “Nossa briga constante é para termos o quadro completo de professores. Somos em 55 pessoas entre funcionários e professores, mas precisaríamos 60 pessoas”, disse. Segundo a diretora, a 2ª Coordenadoria Regional de Educação (2ª CRE) diz que estão contratando, mas esses professores nunca chegam. Hilde informou que a instituição enfrenta um grave problema na grade de professores. “Faltam 6 professores que o Estado não nos destinou ainda.”

Com a reforma do ensino médio, disse a Hilde, o estado fez a reformulação, mas esqueceu dos professores com capacidade para atender às turmas, especialmente as de Iniciação Científica, Mundo do Trabalho, Projeto de Vida, Estudo de Gêneros. Em vez de mandar professores para estas áreas, segundo a diretora, a 2ª CRE estaria enviando um professor de uma área que não está com déficit.  “Nunca mandaram nada, mas ontem disseram que estão mandando um professor de inglês, sendo que não estamos precisando de professor de inglês”.

A falta de funcionários também foi relatada pela diretora. Desde março, exemplificou, a escola está sem merendeira. “As gurias se desdobram em mil para fazer comida para os três turnos. As vezes elas vão às seis da manhã para garantir”, relatou. Segundo a diretora, a escola estava também sem secretária. “Temos direito de 80 horas de secretaria. Apareceu no início do mês passado apareceu uma secretaria porque até então quem estava fazendo todo o serviço de demanda, matricular e fazer históricos era nós da direção”, disse, acrescentando que a escola também não conta com vice-diretora no turno da tarde porque não há ninguém que se habilite.

A presidente do Conselho de Pais e Mestres (CPM) da escola, Bibiana da Silva, disse que a Coordenadoria Regional de Educação sequer os recebeu. “A única coisa que estamos pedindo é educação de qualidade para nossos filhos. Na TV vejo uma propaganda que o governador faz dizendo que a educação está maravilhosa. Aonde? Nosso oitão (parede lateral de uma construção) está aberto desde novembro de 2022. Nossa rede elétrica, pedindo desde 2014 e a única posição da moça que faz o projeto foi de que era para eu parar de incomodar”.

A deputada Sofia Cavedon afirmou que a escola está em no monitoramento da Comissão. O governo fez o seu observatório, mas esta escola não está contemplada nele. Segundo a parlamentar, o governo escolheu algumas escolas e abandonou muitas outras. “Nesse caso, da rede elétrica e do vão aberto, é inaceitável e nós vamos trabalhar o caso bem especificamente. Vamos escrever para os secretários de Educação e de Obras e para o Ministério Público porque é uma situação de negligência que vai acabar estragando a sala e está prejudicando os estudantes”, garantiu.

Sofia disse que além de continuar o tema dos espaços escolares, ela vai fazer os encaminhamentos, informando ao governo, tentando esgotar o diálogo antes de ir para outras instâncias. “Já fizemos quando da visita e nada aconteceu. Vamos fazer um requerimento de audiência pública na escola porque é o problema estrutural, a falta de professores e é o problema de escolas fechadas no entorno e o governo não planeja, não quer crítica e manda improvisar”, disse.

 

Texto: Claiton Stumpf

Foto:Celso Bender