“Estamos indo para um processo de inviabilidade do Irga”, diz Zé Nunes

 

A carta aberta ao governo do Estado defendendo o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) já conta com a assinatura de 51 deputados estaduais. O documento pede que o Estado repasse ao instituto 100% dos valores cobrados dos arrozeiros na Taxa de Cooperação e Defesa da Orizicultura (CDO), contribuição criada para essa finalidade, mas cuja metade acaba ficando represada no caixa único. Uma das principais consequências das dificuldades financeiras do Irga é a perda de pesquisadores e funcionários em razão dos baixos salários, o risco de perda de patrimônio genético desenvolvido ao longo da história e a paralisia no desenvolvimento de novas variedades.

De acordo com o parlamentar, o Irga produz tecnologia na segunda lavoura mais importante do RS, a do arroz. “O Rio Grande do Sul é o responsável por cerca de 70% do arroz produzido no Brasil. A produção gaúcha é fundamental para colocar o Brasil entre os maiores produtores mundiais, produzindo metade do grão na América Latina. Em 2022, o arroz foi cultivado em 927,1 mil hectares no Estado, com produção de 7,71 milhões de toneladas. Aqui no Estado, se produz arroz com qualidade e excelente produtividade”, destacou.

Zé Nunes falou também que o arroz representa segurança alimentar, e que está presente na mesa de todos trabalhadores. “Porém, estamos perdendo mão-de-obra qualificada, os salários estão atrasados, as reposições têm sido insignificantes. Precisamos de pesquisadores e de condições de trabalho para que o IRGA possa seguir cumprindo sua tarefa”, completou.

Em abril, Zé Nunes debateu este assunto em audiência pública realizada pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo da Assembleia Legislativa. Na ocasião, o governo não apareceu, então o parlamentar começou a colher assinaturas para a carta aberta e tentar trazer o Piratini para a discussão.  “Estamos indo para um processo de inviabilidade do Irga”, declarou.

 

Texto: Marcela Santos (MTE 11679)

Foto: Joaquim Moura