sexta-feira, 22 novembro

Na tarde da segunda-feira (10), a deputada Laura Sito (PT) homenageou a afroempreendedora Néllys Corrêa, do Digitais Pretas, com a Medalha da 56ª Legislatura. A atividade aconteceu no salão Júlio de Castilhos e fez parte do lançamento do Digitais Pretas Summit, que tem como objetivo fomentar o afroempreendedorismo e o empoderamento de mulheres pretas, em comemoração ao Julho das Pretas, que marca o mês da mulher negra, latina e caribenha.

Para marcar o lançamento do Digitais Pretas Summit aconteceu um painel sobre afroempreendedorismo, redes e conexões para negócios com a participação de afroempreendedoras que compartilharam suas experiências no mundo dos negócios. A deputada Laura Sito destacou a importância de debater o afroempreendedorismo levando em consideração que a maioria das pessoas negras são as que empreendem por necessidade e não por oportunidade. “E nós, mulheres negras, temos centralidade neste debate porque somo a maioria das chefes de família, somos as responsáveis pela organização econômica das nossas famílias e a maioria da população.”

Ainda que vários setores tenham se debruçado sobre o tema do afroempreendedorismo, “não tenho dúvidas de que ele, por si só, é antissistêmico porque ele aponta de maneira central as desigualdades que temos no Brasil.” Por isso, para a deputada, o papel da bancada negra é central no fortalecimento dessas redes “na perspectiva de construir um novo ciclo econômico para a nossa gente.” Assim, o movimento pelo fortalecimento do afroempreendedorismo vem no sentido de garantir as condições sociais e econômicas dessa população. “Nós queremos vida digna para o nosso povo, nós queremos debater o desenvolvimento social e econômico e isso passa por debater o Black Money.”

A homenageada, Néllys Côrrea, CEO do Digitais Pretas falou sobre como despertar a potência que existe em cada mulher preta. Segundo ela, foi isso que a impulsionou a criar o coletivo de afroempreendedorismo feminino “com o objetivo de empoderar mulheres pretas e mostrar que o nosso lugar é onde nós queremos estar.” Segundo ela, quando foi criado, o Digitais contava com 36 mulheres. “Hoje, já passaram mais de 350, de todas as regiões do Brasil e de vários países da Europa. Hoje somos mais de 10 mil nas redes sociais que acreditam que podemos cada vez mais buscar os nossos sonhos.”

Entre os pontos debatidos no painel está a necessidade de formação, qualificação para o empreendedorismo, acesso ao crédito e a importância de ter dados sobre a população negra e afroempreendedores. Além disso, investimento em tecnologia, educação financeira e políticas públicas também foram apontados pelos participantes do painel como fundamentais para o fortalecimento desses negócios. Participaram do painel Caren dos Santos (Associação de Mulheres Empreendedoras Sociais da Restinga), Cristiano Silveira (Reafro), Ezequiel Alves (Blaxp), Dina Prates (especialista em finanças), Caroline Moreira (Secretária adjunta de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos), Maria Cristina Ferreira dos Santos (Odaba Afroempreendedorismo), Itanajara Almeida (empresária) e Dirlene Silva (Economista).

 

Texto: Manu Mantovani (Reg. MTb. 12.704)

Foto: Thanise Melo

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