segunda-feira, 25 novembro

 

“Quando a gente vem para inaugurar dois blocos de um hospital, a gente percebe que um outro país é possível. É possível fazer mais hospitais como esse”. A afirmação foi feita pelo presidente Lula nesta sexta-feira (30), durante o ato de inauguração dos blocos B e C do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), que ampliaram em 70% a estrutura física da instituição, chegando ao total de 230 mil m².

O Hospital de Clínicas de Porto Alegre é uma instituição pública e universitária, integrante da rede de hospitais universitários do MEC e vinculada academicamente à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atuando desde 1971, responde por parcela significativa dos atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS) no estado, inclusive de alta complexidade. O valor total investido na expansão foi de R$ 555,5 milhões, com recursos exclusivos do Ministério da Educação (MEC), que priorizou a verba no Plano Plurianual – em 2011 e 2012 –, na gestão da presidenta Dilma Rousseff. “O dinheiro investido em saúde e educação vai transformar a realidade do nosso país, contribuindo para uma sociedade mais justa e igualitária”, comentou a diretora-presidente do HCPA, Nadine Oliveira Clausell.

As novas instalações do bloco cirúrgico estão distribuídas em três andares, somando 11 mil metros quadrados. Segundo a diretora, a conclusão da obra ocorreu no final de 2019, mas o planejamento de ocupação foi postergado para que a estrutura fosse utilizada emergencialmente no enfrentamento da pandemia de covid-19, consolidando o HCPA como o maior centro de referência no tratamento de alta complexidade da doença no Rio Grande do Sul. “Atendemos mais de 5 mil pacientes de Covid, sempre defendendo a importância do respeito à ciência para vencermos a pandemia”. Passados os momentos mais graves, a ocupação ocorreu gradualmente. Recentemente, foi migrado o Bloco Cirúrgico, que funciona atualmente com 13 salas, mas tem capacidade de ampliação para 40. Futuramente, os blocos B e C devem abrigar novas áreas de Hemodiálise, Endoscopia, Centro de Infusões e Centro Integrado de Oncologia, entre outras.

Em sua fala, Lula fez uma defesa ao SUS e recordou que ele, Olívio Dutra e depois o Tarso Genro foram deputados constituintes e aprovaram a criação do SUS que foi incluído na Constituição promulgada em 1988. “Quando o SUS foi promulgado a gente estava fazendo uma coisa que nenhum outro país do mundo com mais de 100 milhões de habitantes conseguiu fazer, que foi a tentativa de universalização a Saúde neste país”, disse, acrescentando que para que desse certo era preciso que houvesse muita consciência coletiva, mas muita gente que nunca havia usado o SUS o criticava. “Mas quem já morou nos Estados Unidos ou em outros países da Europa sabe que não tem em lugar nenhum do mundo, um país, que tenha um plano de saúde com a abrangência que tem o nosso querido SUS”, completou Lula.

O presidente também lembrou que a partir da pandemia e de um governo negacionista, o SUS pode, “com todo o sacrifício da falta de recursos, mas com a dedicação de homens e mulheres que de forma extraordinária, colocaram a sua própria vida em risco, para salvar a vida de outras pessoas, que o SUS passou ser respeitado nesse país”.

Lula observou ainda que nos governos do PT , foram feitas algumas coisas que esse país não conhecia. “Nós conseguimos provar que é a gente podia aumentar o salário mínimo sem causar inflação e aconteceu! Nós conseguimos provar que a gente poderia exportar e ao mesmo tempo crescer o mercado interno sem fazer inflação. A gente provou que era possível distribuir o resultado do crescimento”, disse, acrescentando que é importante que a elite brasileira “saiba que a gente não fez a opção pela miséria. Ninguém gosta de ser pobre. Ninguém gosta de comer mal. Ninguém gosta de se vestir mal. A gente quer viver bem, dignamente e é esse país que nós vamos construir”, frisou.

 

Texto: Claiton Stumpf

Foto: Joaquim Moura

Compartilhe