Crise no setor de proteína animal evidencia inércia do Governo Leite

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Na última semana, a crise do setor de proteína animal ficou evidenciada em audiência realizada na Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa. Na oportunidade, representantes da cadeia produtiva que reúne produtores de leite, aves e suínos falaram sobre as dificuldades que estão enfrentando. O deputado Zé Nunes (PT), que tem abordado o tema frequentemente, afirma que existe um descaso do governo estadual com o setor.

“Estamos alertando sobre os impactos dos cortes de créditos presumidos desde 2021, quando o governo do estado já demonstrava desconexão com a atividade produtiva e desconsiderava o potencial da nossa produção. O Governo Leite precisa se posicionar e parar de ignorar esta crise”, criticou o deputado Zé Nunes.

A atividade avícola gaúcha de produção de frangos de corte vem se mantendo como a terceira maior produtora e exportadora do Brasil, contribuindo consideravelmente com a economia do estado e do País. Segundo a Associação Avícola do RS, são cerca de 30 frigoríficos que atuam no estado, gerando renda e sustentação para aproximadamente 7.500 famílias de produtores e aproximadamente 35 mil empregos diretos, além de 500 mil atividades indiretas. No RS, o documento Radiografia da Agropecuária Gaúcha 2021 mostra que o PIB em 2020 foi de cerca de R$ 473 bilhões.

“Não podemos permitir que a nossa economia se desindustrialize e não agregue valor ao que produzimos. Sem agregação de valor, não se gera tanto emprego, renda e a arrecadação tributária do estado cai”, afirma o deputado Pepe Vargas.

Pepe Vargas defende ainda que o governo estadual crie um plano safra complementar ao plano safra federal e pense uma política de crédito para reduzir o custo logístico, por exemplo. “São medidas essenciais para o setor sobreviver”, complementa.

“Temos fatores conjunturais e estruturais que precisam ser olhados de frente. Precisamos de uma decisão de governo, do governador. Se não conseguirmos resolver a questão do ICMS, com condição real de competitividade no RS, a cadeia vai definhar. Corremos o risco de perder uma das cadeias mais históricas de nosso Estado”, finalizou Zé Nunes.

Texto: Raquel Wunsch (MTE 12867)