A Assembleia Legislativa recebeu os reitores das universidades federais e dirigentes dos institutos federais de educação do Estado, na noite desta quinta-feira (9), em Porto Alegre, para reforçar e ampliar a mobilização existente contra os cortes orçamentários promovidos pelo governo federal na educação. No encontro, foram definida a ida de uma comitiva do Rio Grande do Sul, integrada por deputados e representantes das instituições federais, a Brasília nos próximos dias, para reivindicar a suspensão da “tesourada”. O objetivo é realizar audiências com o ministro Chefe da Casa Civil, Onix Lorenzoni, e os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Outros dois encaminhamentos acertados foram a realização de um grande ato em defesa da educação pública na Assembleia Legislativa e o convite para que o governador do Estado, Eduardo Leite, também se engaje no movimento de apoio às universidades e aos institutos federais.
Presente no encontro o deputado estadual Valdeci Oliveira, destacou que sociedade como um todo e não apenas à área da educação será afetada se o desmonte da educação pública persistir. “As universidades e os institutos são verdadeiros motores da economia de diversas cidades e regiões do Estado. Santa Maria é um grande exemplo. Enfraquecer essas instituições pública significará, logo em seguida, a perda de empregos, de receitas e de desenvolvimento. Não podemos deixar que esse tiro no pé de todos seja levado adiante”, destacou.
O reitor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Paulo Burmann, destacou o “trabalho plural” desempenhado pelas universidades. “É um trabalho para além das ideologias, porque a universidade é o espaço da pluralidade, é o espaço onde temos diferenças de todas as ordenes. E é exatamente em cima dessas diferenças que nós crescemos. A soberania nacional é um interesse de todo o país, e o que queremos aqui é apelar a todas forças políticas para que possam somar forças, com suas diferenças, na defesa da educação”, assinalou.
A reitora do Instituto Federal Farroupilha, Carla Jardim, foi enfática ao dizer que o ano letivo não será encerrado se não forem revistos os cortes do governo. “Chegaram ao limite aos nossas providências de gestão. Não há hoje como as nossas instituições, os três institutos federais do Rio Grande do Sul e os 38 institutos do Brasil, darem continuidade as suas atividades de ensino, pesquisa e extensão neste cenário, onde 30% do nosso orçamento foi subtraído. E diferente de outros anos, onde tínhamos a limitação de empenho, mas o orçamento permanecia no sistema do governo, hoje, esse orçamento desapareceu, e isso vai implicar na descontinuidade das atividades institucionais. Não há como nenhuma unidade dos três institutos federais do Estado concluírem as suas atividades letivas nesse ano se não houver uma reversão desse cenário”, explicou.
O presidente da Assembleia Legislativa, Luis Augusto Lara, afirmou que a Assembleia Legislativa vai se constituir “em uma trincheira de defesa das universidades e dos institutos de educação”. Já o deputado estadual Edegar Pretto, ex-presidente da Assembleia e um dos articuladores da reunião de hoje, destacou que é fundamental que o governador Eduardo Leite “venha para o jogo” e reforça a luta já desempenhada por um conjunto de lideranças.
Além dos representantes da UFSM e do Instituto Federal Farroupilha (IFFar), participaram da reunião reitores, vice-reitores, pró-reitores e diretores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) e do Instituto Federal do Sul (IFSul). Entre os parlamentares estavam, além de Lara, Valdeci e Pretto, a deputada estadual Sofia Cavedon (PT) e os deputados estaduais Fernando Marroni (PT), Sebastião Melo (PMDB), Gerson Burmann (PDT) e Luiz Henrique Viana (PSDB), além da deputada federal Fernanda Melcchiona (PSOL).
Texto e fotos: Tiago Machado (MTE 9415)